A assistência de enfermagem às mulheres deve contemplar o cuidado de forma integral e, diversas condições sociais têm influência direta na saúde como as questões de gênero, raça e classe social. Assim, este trabalho tem como objetivo relatar envolvimentos didáticos-pedagógicos no curso superior de enfermagem em uma instituição federal do agreste de Pernambuco, numa perspectiva analítica da interseccionalidade e antirracista. A proposta, aplicada no primeiro semestre de 2024 para a turma do curso do de bacharelado em enfermagem, na primeira unidade letiva abordou a temática da interseccionalidade como ferramenta para compreensão da produção de saúde e doenças. O machismo, o racismo estrutural e a violência de gênero produzem sofrimento a corpos femininos, não heteronormativos e negros, assim a sensibilidade analítica interseccional torna-se fundamental para elaboração de estratégias de combate a tais violências. Propomos aos/as alunos/as/nes a elaboração de envolvimentos pedagógicos com apresentações artísticas, painéis de discussão, jogos sobre a temática da violência contra mulher com o objetivo de visibilizar as questões de gênero, raça e classe com a ressignificação do cotidiano escolar, durante o Dia Internacional das Mulheres, com apresentações artísticas, painéis de discussão, gamificação sobre as temáticas. O evento contou com a participação de mais de 150 pessoas, que culminou com uma roda de conversa. A inclusão da temática antirracista e do debate da interseccionalidade no curso da enfermagem se mostrou como um instrumento efetivo para os letramentos raciais, de gênero e de classe de docentes, técnicos-administrativos e discentes da instituição de Ensino Profissional e Tecnológico. Trouxe a conscientização do papel social inerente aos futuros enfermeiros e pode difundir para toda a escola, por meio de ações concretas a importância de instrumentalizar os sujeitos para garantir existências antirracistas e feministas.