No estudo sobre literatura na escola, é comum que a escrita possua centralidade e, com ela, haja maior presença de atividades que sejam voltadas para o exercício da modalidade escrita pelos discentes, de maneira que, geralmente, a oralidade é posta em segundo plano nesse processo. Assim, a fim de pensar estratégias para que a modalidade oral da língua também possa ser vivenciada pelos estudantes quando estes dialogam com o texto literário, esta pesquisa foi desenvolvida. Tal estudo nasce da reflexão sobre que atividades com a oralidade poderiam auxiliar no processo interpretativo dos discentes com o estudo da obra Torto arado (2019), de Itamar Vieira Júnior. A produção de um audiodrama sobre tal romance surgiu, portanto, como uma possibilidade para discutir as potencialidades educativas de uma tarefa com tais características, correlacionando aspectos da oralidade com a interpretação dos alunos sobre o texto literário lido. Por essa via, este estudo centra-se na análise dos aspectos que fizeram parte da produção de dois audiodramas, como parte das atividades da disciplina de Língua Portuguesa e Literatura III, em duas turmas do terceiro ano no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, Campus Apodi, no ano de 2023. Para fundamentar as reflexões construídas, o panorama teórico e metodológico do letramento literário foi fundamental, bem como a teoria relacionada à presença da oralidade em sala de aula e como isso pode ser incentivado no ambiente escolar de forma sistemática e planejada. Serão analisadas as características que envolveram a pré-produção, a produção e a pós-produção dos audiodramas, incluindo, por conseguinte, as questões ligadas à adaptação e como isso foi discutido com os discentes. Por fim, os resultados dessa proposta envolveram as potencialidades dessa atividade, considerando a divulgação de dois audiodramas Raízes da resistência e Vozes da terra elaborados pelos discentes.