A formação de um docente é um processo permeado de etapas e de característica contínua. Mesmo após termos concluído o curso, nosso desenvolvimento deve ser constante, buscando sempre o acompanhamento das tendências, o aperfeiçoamento das práticas de ensino e a evolução dos processos. Todavia, é geralmente durante a graduação onde vivenciamos a fase de maior imersão na profissão a qual nos propusemos a trilhar. É a fase de consolidação curricular, obtenção do grau acadêmico e de inúmeras outras experiências e aprendizados. Diante disso, é na graduação onde a carga de cobranças e responsabilidades ligadas à formação se faz mais preponderante, necessitando do futuro docente uma capacidade elevada de dedicação e tempo. Entretanto, dedicar-se exclusivamente ao curso não é uma realidade de todos os licenciandos, sendo até mesmo um privilégio para poucos. A luz dessa perspectiva, o presente trabalho visa a análise de relatos de experiências de docentes em formação que por variadas razões precisam se dividir entre os estudos da graduação e o mercado de trabalho, elucidando e socializando as experiências, os desafios e as perspectivas desse público que precisa conciliar trabalho e estudos. A metodologia adotada é a qualitativa com aplicação de entrevistas e coleta de relatos de experiências. Como principais resultados, busca-se o incremento do debate a respeito da dualidade trabalho e estudos e o estabelecimento de pautas voltadas a apoiar o graduando de licenciatura durante sua formação, de modo a assegurar a ampliação das possibilidades de dedicação exclusiva à sua formação.