Este trabalho centra-se na análise das metodologias gerencialista que compõem o modelo da Gestão Integrada da Educação Avançada (GIDE) e a forma como esta ferramenta foi organizada metodologicamente, cujo sistema é responsável pela gestão administrativa das escolas públicas de Minas Gerais. Para tal finalidade, partiu-se da seguinte indagação: De que forma a metodologia, que compõe o modelo da GIDE, acentua aspectos da administração gerencial e de controle administrativo na educação? Na busca por respostas, realizou-se uma pesquisa interpretativa-qualitativa, tendo como fonte dados secundários. Verifica-se, nas diretrizes políticas educacionais em Minas Gerais, um processo de culturalização de uma administração gerencial, pautada na lógica mercantil, em que o planejamento estratégico, a avaliação por indicadores e a gestão tecnicista passam a ser elementos imprescindíveis na organização da administração escolar. Isso pressupõe a redefinição da função da escola, que passa a servir, de forma cada vez mais acentuada, como aparelho a serviço de um consenso mercantil que está vinculado ao projeto capitalista de sociedade à qual estamos submetidos. A introdução de mecanismos normalizadores como a GIDE sugere a ideia de uma gestão mais empresarial, cujo enfoque é voltado aos resultados, à padronização de práticas e à busca por eficiência. Tendo em vista que a GIDE fundamenta-se medologicamente em ferramentas de gestão e modelos administrativos, ela transpõe para as escolas várias técnicas, ferramentas e programas de melhoria de processos e de gestão empresariais, que pressupõem uma qualidade fundamentada em princípios administrativos. Logo, a escola e seus sujeitos passam a entender que qualidade é mensurável e pode ser obtida, ou não, por indicadores de desempenho e de fluxos. A GIDE, então, reproduz, nas escolas, uma racionalidade instrumental, que prioriza o saber e as condutas tecnicistas, fortemente sustentados pelas ideias neoliberais.