A prevalência de demandas psicológicas e emocionais nas escolas tem despertado uma preocupação crescente refletida em recentes mudanças legislativas, como a Lei 13.935/19, que estabelece a formação de equipes multidisciplinares que incluem serviços de psicologia na rede pública de educação básica, objetivando aprimorar a qualidade dos processos de ensino-aprendizagem. Pensando nas necessidades dos discentes, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) já reconhece a importância das habilidades sociais e emocionais na educação, mas observa-se hoje uma lacuna significativa na implementação efetiva de programas escolares voltados para esse domínio. Este estudo apresenta uma experiência de ensino de habilidades socioemocionais conduzida junto a 40 alunos dos sextos anos de uma escola municipal em Fortaleza durante um estágio de Psicologia. A atividade, denominada "Mapa das Emoções", fundamenta-se na metodologia de Experiência da Aprendizagem Mediada de Reuven Feuerstein, na teoria de esquemas emocionais de Leahy e na concepção de Inteligência Emocional de Goleman. Seu propósito foi construir um espaço de identificação, expressão e validação das emoções das crianças, através da mediação do estagiário e professores, reconhecendo esses elementos como cruciais para fortalecer as habilidades socioemocionais. Os resultados qualitativos obtidos durante a socialização em contexto escolar e a análise subsequente dos mapas emocionais produzidos revelaram o interesse e a necessidade das crianças sobre o tema, assim como a percepção da escassez de espaços similares, tanto na escola quanto em casa. Esta intervenção enfatizou a relevância de integrar profissionais de Psicologia no ensino das emoções no contexto escolar não apenas para promover o bem-estar emocional dos alunos, mas também para fortalecer suas habilidades socioemocionais. Recomenda-se a continuidade e aprimoramento de projetos de educação emocional, incluindo estudos sobre sua implementação, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento integral das crianças e para a promoção de uma convivência escolar mais saudável e inclusiva.