O trabalho aborda a presença da mulher na Educação de Jovens e Adultos (EJA), com o objetivo de investigar a sua inserção nas turmas da “EJA Mulher” do programa público "Flor do campo”, ofertado pela prefeitura de São Gonçalo do Amarante, interior do estado do Ceará, à 63 km da capital de Fortaleza. Uma das problemáticas que levou a idealização do programa consiste no grande número de mulheres sem a educação básica concluída, por fatores de vulnerabilidade, trabalho doméstico e gravidez na adolescência. No intuito de mobilizar o debate acerca das políticas públicas de assistência às mulheres fixadas na zona rural do município com um olhar mais cuidadoso, buscou-se junto ao Programa “Flor do Campo”, lançado por meio da articulação ímpar das Relações Institucionais do Município, uma integração de forças das secretarias de Agricultura, Governo, Saúde, Cultura, Regional do Sertão e a Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres. Utilizou-se a metodologia qualitativa como estratégia de pesquisa em caráter bibliográfico e também de campo, os dados foram coletados por meio de entrevistas com as 22 alunas participantes na “EJA Mulher – Flor do campo” do Ensino Médio. A análise contou com o suporte das contribuições de autores referência na área, tais como: Joana Célia dos Passos, Paulo Freire, Moacir Gadotti, Maria Clara Di Pierro, Soares Leôncio, Vanilda Paiva dentre outros. Os resultados conduziram um perfil de mulheres acima de 30 anos, em sua maioria, que estavam distantes da escola há mais de uma década. O motivo mais destacado pelo retorno aos estudos foi a busca pelo conhecimento. Todas as participantes reconhecem na “EJA Mulher” um ambiente adequado para elas, assim como, a oportunidade de qualificação profissional e continuidade de prosseguir em estudos futuros.