A Lei Nº 11.645/2008 logrou êxito ao determinar a obrigatoriedade do ensino e História e Cultura Indígena e Afro-Brasileira no Ensino Fundamental e Médio, porém perduram dificuldades para o cumprimento da legislação. Em virtude dessa problemática, vêm se intensificando as discussões sobre o papel da disciplina de Filosofia no ensino dos saberes teórico-práticos dos povos originários das Américas e daqueles que foram retirados à força da África, de modo a estimular uma reflexão decolonial sobre a formação do Brasil. Além disso, tem sido corriqueiro o questionamento por parte do(a)s educadores: pode a Filosofia colaborar para reorientar ações tendo em vista a efetivação de relações antirracista na escola e em outros espaços de convívio? Nesse sentido, a presente comunicação tem como objetivo geral debater as possibilidades de a disciplina de Filosofia reduzir a reprodução do pensamento ocidental hegemônico, a fim de ampliar o estudo de conteúdos desafiadores da estrutura colonial-racista-patriarcal-classista da sociedade brasileira, bem como abrir caminhos para a luta antirracista. O diálogo sobre essa temática é bastante relevante não apenas para o (a)s estudantes e professore(a)s de Filosofia, mas para todas as pessoas que acreditam na educação crítico-reflexiva como ferramenta para transformar a realidade com base nos princípios de justiça, equidade e inclusão. Com a finalidade de tonar o debate mais consistente, os argumentos serão elaborados em diálogo com Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, Renato Noguera e Daniel Munduruku, intelectuais-ativistas reconhecido(a)s por denunciarem e buscarem romper com os mecanismos coloniais de opressão no contexto educacional.