Tendo como base a proposta de educação escolar quilombola, o presente artigo tem por objetivo sugerir reflexões a respeito da sala de aula enquanto um espaço construído em comunidade. Desse modo, em contraposição à chamada “educação bancária”, na qual interpõe-se uma barreira pedagógica entre professor e aluno, haja vista que este absorve passivamente o conhecimento que supostamente pertence àquele outro, defendemos a concepção de que a educação deve ser pensada para além do ensino tradicional, ou seja, no sentido de um ensino que emancipe a todos, e no qual todos atuem para tal. A fim de ilustrar essa ideia, partiremos do conto “Ayoluwa, a alegria do meu povo’’, da escritora contemporânea Conceição Evaristo (2014). Ademais, utilizaremos os pensamentos de Paulo Freire (1996), Beatriz Nascimento e outros, como fundamento teórico no intuito de sugerir a educação africana/quilombola como uma forma de ensino que promova autonomia e acolhimento entre docentes e discentes, além de possibilidades para pensar a sala de aula enquanto um espaço de comunidade em que todos os sujeitos estejam conectados.