O presente artigo tem como objetivo analisar os pressupostos políticos e epistemológicos dos programas educacionais da Fundação Lemann para a educação básica no sistema público brasileiro. Para esta análise, foram utilizados como referencial teórico-metodológico os estudos de Vera Maria Vidal Peroni (2020), Luis Carlos de Freitas (2019), Thereza Maria de Freitas Adrião (2012), Marília Fonseca (2013), Danillo Marchesano Ramos (2019) e Vitor Henrique Paro (2010). A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa, fundamentada em revisão bibliográfica e análise documental dos materiais disponíveis no site oficial da Fundação Lemann e de outras entidades parceiras, relacionados aos Programas Educacionais para a Educação Básica. Destaca-se como principal achado da pesquisa que a lógica central dos programas educacionais da Fundação Lemann é pautada pela busca da produtividade nas escolas e pelo controle do trabalho, alinhados à racionalidade neoliberal através das parcerias público-privadas. Esta abordagem exerce uma interferência direta na autonomia pedagógica e na gestão das escolas públicas brasileiras, impondo limitações significativas para as escolas que adotam tais programas. Na perspectiva da construção de ambientes escolares substancialmente democráticos, emancipatórios e autônomos, estes resultados apontam para a necessidade de uma reflexão crítica sobre as parcerias público-privadas e os eixos fundantes que sustentam os programas educacionais gestados pela Fundação Lemann no país.