A implementação da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), pelo Decreto 7.397/2010, intensificou as discussões sobre Educação Financeira (EF) no Brasil. A ENEF pretende, por meio da inserção da EF nas escolas, educar e conscientizar financeiramente as crianças e jovens, para que, tornem-se cidadãos capazes de tomar decisões assertivas e críticas sobre as suas finanças. Frente a esse cenário, surgem algumas indagações: A intencionalidade da ENEF tem sido, de fato, alcançada? Se sim, de que forma? Pensando nessas questões, objetivamos refletir como está sendo desenvolvido o trabalho com relação à EF, especialmente, nos anos finais do ensino fundamental de uma escola do campo do munícipio de Piripá/BA. Como aportes teóricos, dialogamos com pesquisadoras e pesquisadores que versam sobre o campo de estudos da EF no contexto da Educação Básica em articulação com os estudos de gênero. Como procedimentos metodológicos, optamos por utilizar a abordagem qualitativa, no qual, a produção dos dados será realizada a partir de entrevistas semiestruturadas com educadoras que lecionam a disciplina de matemática, como também, mediante a análise de materiais pedagógicos utilizados por elas. O motivo da escolha por ouvir as educadoras se dá pela necessidade do desenvolvimento da autonomia feminina, frente aos múltiplos ataques sociais, que nós, mulheres, seguimos enfrentando. Como principais resultados, esperamos que as discussões apresentadas, possibilitem a compreensão de como acontece o trabalho com a EF na referida escola, bem como a produção de reflexões sobre os documentos curriculares norteadores, como por exemplo, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O estudo das temáticas propostas tem potencialidade para auxiliar no desenvolvimento do pensamento crítico e reflexivo de educadoras e educadores que lecionam matemática e, também dos educandos, haja vista, as possibilidades de trabalho com a EF e aproximação da realidade dos sujeitos, sem perder de vista a emancipação e superação das disparidades de gênero.