Este estudo investigou o currículo escolar de uma instituição privada nos anos iniciais do ensino fundamental, alinhando-se às diretrizes da LDB/96. O currículo é reconhecido como um instrumento que organiza o conhecimento e delineia estratégias de aprendizado, influenciando a gestão e a interação na escola. Embasado nas teorias de Michel Foucault sobre poder e espaço, e explorando o conceito de heterotopia, adotou-se uma abordagem qualitativa de estudo de caso. Foram realizadas observações participantes, entrevistas e análises do cotidiano escolar. Os resultados destacaram que o espaço escolar é concebido para disciplinar e limitar os alunos, fomentando uma idealização do sujeito "normalizado". Contudo, também foram observadas manifestações de resistência por parte dos estudantes, que buscam expressar-se e criar espaços alternativos. Apesar do ambiente ser projetado para disciplinar e controlar os corpos, ele também funciona como palco para resistência e busca por liberdade. O projeto arquitetônico e o planejamento de horários da instituição foram identificados como elementos que reforçam a dominação dos corpos, embora os alunos encontrem formas de expressão e resistência dentro desse contexto. As análises enfatizaram a organização da sala de aula, os espaços de interação e as manifestações dos alunos como aspectos cruciais para compreender a dinâmica do espaço escolar nos anos iniciais do ensino fundamental.