Este artigo reflete sobre as estratégias e intencionalidades pedagógicas que duas professoras alfabetizadoras desenvolveram em turmas de 1º ano do Ensino Fundamental na Rede Pública Municipal de Ensino de Moreno/PE. Foram analisadas as respostas das crianças nas Avaliações Diagnósticas da Rede (entrada e saída) e foi realizada uma entrevista semiestruturada com as docentes sobre as atividades de leitura e escrita promovidas por elas ao longo do ano de 2023. Durante a entrevista, a professora “R” mencionou que utilizou estratégias didáticas para, intencionalmente, favorecer a reflexão sobre o sistema de escrita, bem como promover o desenvolvimento da consciência fonológica, para ajudar os estudantes a avançarem em suas concepções sobre a escrita. Atrelado a isso, a docente destacou o trabalho com gêneros textuais distintos e a leitura de obras literárias realizada ao menos três vezes por semana. A professora “M” destacou uma rica variedade de atividades e jogos de reflexão sobre a escrita. Afirmou que, junto às atividades de alfabetização, se preocupou em utilizar textos que as crianças interagissem, como parlendas, cantigas, quadrinhas, dentre outros. Os dados obtidos foram analisados e discutidos à luz do referencial teórico pertinente, destacando Ferreiro e Teberosky (1999), Solé (1998), Morais (2012; 2019), Brandão e Silva (2023) e Soares (2020). Os resultados revelaram que, ao término do ano letivo, não havia nenhum estudante na hipótese de escrita pré-silábica e 28% deles já haviam alcançado a hipótese alfabética. Além disso, 88% dos estudantes realizaram inferências em pequenos textos lidos com autonomia e 84% localizaram informações explícitas em textos. Com relação à habilidade de leitura oral de textos, 48% dos estudantes finalizaram o ano lendo fluentemente, 32% liam com alguma dificuldade e apenas 20% concluíram o ano sem ler, o que sugere que um planejamento que articula atividades de alfabetização e letramento favorece o desenvolvimento da aprendizagem das crianças.