No Brasil, mesmo após o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), a pandemia de Covid-19 continua sendo pauta de relevância em diversos setores socioeconômicos, especialmente quando considerado a elaboração e implementação de estratégias que visam amenizar ou eliminar as sequelas decorrentes da pandemia. Entre os setores mais afetados, está a educação. Compõe esse estudo, um relato de experiências sobre práticas pedagógicas efetivadas após a pandemia de Covid-19 com estudantes do Ensino Fundamental I de uma escola pública, localizada em um bairro periférico, na cidade de Juazeiro do Norte, interior do Ceará. Para tanto, utilizou-se de observação participante, estudos bibliográficos e documentais, realizados durante o período letivo de 2023. Constatou-se que, no contexto da turma observada, a pandemia resultou em um conjunto de dificuldades que refletiram diretamente no processo de ensino-aprendizagem. Já no início do ano letivo, observou-se que, quase a totalidade dos estudantes apresentavam expressivas dificuldades em questões básicas como o reconhecimento de letras e sílabas, sendo necessário mudanças estratégicas no planejamento pedagógico, com vista a sanar as deficiências causadas pela ausência de interações presenciais no período pandêmico. Conclui-se que, a ideia de “normalidade” pós-pandêmica, presente em alguns discursos sociopolíticos não correspondem à realidade dessa turma e, possivelmente, em muitos outros contextos da educação brasileira, também demandem reflexões mais críticas e aprofundadas, para que assim, possam ser formuladas estratégias que auxiliem na superação das dificuldades de aprendizagem presentes no cotidiano dos estudantes.