A Base Nacional Comum Curricular (2017), na área do ensino de Ciências para os anos iniciais, trouxe algumas orientações, que no campo da didática em Ciências já eram maturadas há pelo menos 62 anos. Evidentemente, os tópicos como Letramento Científico e ensino por investigação, ao longo do tempo, passaram por transformações que lhes imprimiram novas perspectivas pedagógicas, ainda assim, essas sempre foram duas temáticas que estão e estiveram na agenda de pesquisadores da área. A BNCC (2017) é um documento de referência nacional, cujas decisões no âmbito da formação de professores, da avaliação e da elaboração de conteúdos educacionais devem estar alinhadas. Com vistas a esse caráter, analisamos a BNCC (2017) com o objetivo de investigar os saberes docentes que dela emergem para ensinar Ciências nos anos iniciais do ensino fundamental. Partimos do pressuposto de que os resultados do estudo servirão de norte para o planejamento de ações formativas que visam a implementação do documento. A análise do documento foi realizada a partir de um grupo de Saber docente proposto por Carvalho (2011): Saberes Conceituais e Metodológicos. Esse grupo de saber foi elencado para a presente discussão porque possui características conceituais, metodológicos e epistemológicos que, por serem específicas da Ciência, são pouco trabalhadas ao longo da formação de professores polivalentes, caso esse dos professores dos anos iniciais. A partir da abordagem qualitativa de pesquisa e da análise conteúdo de Bardin (2011), chegamos a resultados que sinalizam que a BNCC (2017), ao assumir o processo da Alfabetização Científico como compromisso dos anos iniciais, também trouxe para a formação do professor desse segmento a necessidade de saberes conceituais e metodológicos da área, mas que isso, ao longe, significa desenvolver e atuar somente a partir de saberes disciplinares da Ciência.