A educação ambiental com recorte social ainda é pouco difundida, desvalorizada e com baixos investimentos. A realidade das enchentes nas favelas, por outro lado, é muito comum, resultado de negligências governamentais infra-estruturais e pelo acúmulo de resíduos sólidos descartados incorretamente. Visando reduzir os efeitos catastróficos das enchentes na Favela do Inferninho (Fortaleza), o Instituto Pensando Bem incluiu na programação semanal aulas de Educação Socioambiental para crianças de 7 a 14 anos, a fim de formar pequenos responsáveis pela conscientização ambiental na Favela. Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência das educadoras em um espaço socialmente vulnerável no ano de 2023. Considerando a realidade de vulnerabilidade vivida pela comunidade, as educadoras planejaram e ministraram aulas teórico-práticas, visando a relacionar ecologia, ciências ambientais e outras temáticas biológicas, tais como: descarte correto do lixo, coleta seletiva, reciclagem de materiais e mudanças climáticas, com a principal problemática da região, as enchentes. A avaliação qualitativa dos impactos das aulas durante o ano de 2023 foi realizada por meio da percepção das educadoras, que viram a inserção das aulas de Educação Socioambiental de forma muito positiva para o futuro não só das crianças da Favela do Inferninho, como também para o desenvolvimento de práticas sustentáveis no dia a dia dos moradores jovens e adultos. Além disso, as educadoras observaram um avanço significativo em relação à consciência ambiental, tendo em vista a redução dos pontos de lixo após a implantação de lixeiras na localidade e, do conteúdo, em grande maioria das vezes, descartado corretamente no ponto de coleta seletiva localizado no Beco Céu. Dessa forma, pouco a pouco, a Educação Socioambiental na Favela do Inferninho dá alguns passos para o sonho de um futuro sustentável, longe de enchentes invadindo as casas dos habitantes, de pontos de acúmulo de resíduos sólidos e de exposições a patologias.