A Reforma Educacional do Ensino Médio, implementada pela Medida Provisória 746/2016, de forma autoritária e antidemocrática, e depois pela Lei nº 13.415/2017, precisa ser situada no contexto do golpe empresarial-parlamentar e midiático que destituiu a presidente Dilma Rousseff, em 2016. O governo Michel Temer, promovendo o ajuste neoliberal, através de reformas trabalhista, previdência e educacional, aprofundou a precarização do trabalho docente e a mercantilização da educação, por meio de um ensino médio tecnicista, com o esvaziamento dos conteúdos e a retirada da obrigatoriedade de disciplinas que estimulam o pensamento crítico. A contrarreforma do ensino médio, ao invés de caminhar para resolver os seus históricos problemas – dualidade e elitização, aumentou as desigualdades educacionais, com forte disparidades curriculares e empresariamento dos espaços escolares. O empresariamento da educação, através da meritocracia e do rankeamento, agudiza um sistema escolar historicamente segregacionista e reprodutor das desigualdades educacionais. Como objetivo principal, portanto, procuramos analisar os impactos negativos promovidos pela contrarreforma do ensino médio na educação pública. Para tanto, dialogamos com autores que discutem a educação e o ensino médio no contexto das políticas neoliberais, como Silva (2021); Freitas (2018), Souza (2017), Kuenzer (2007, 2017), bem como com as discussões atuais em torno da revogação do Novo Ensino Médio.