Historicamente populações estigmatizadas e que sofrem com a exclusão social, como por exemplo à população LGBTI+, tendem a criar mecanismos de defesa e sobrevivência para se manterem dentro de uma conjuntura de garantia mínima de direitos. Dessa forma e considerando a importância de legitimar a existência de tais sujeitas/os, precisamos tornar seus discursos, cada vez mais, possíveis de serem acessados e assim potencializar suas sobrevivências. Nesse sentido o presente trabalho tem como objetivo dar visibilidade a identidades que dissidem da cis-heteronorma imposta socialmente, sobretudo em ambientes onde as ciências ditas exatas, em especial a matemática, são produzidas e desenvolvidas. Corpos esses que são estruturalmente atravessados por marcadores sociais que geram segregação, discriminação e preconceito. Para isso, apresentaremos narrativas/transnarrativas de professoras trans e travestis de matemática, como essas desenvolvem suas atividades em ambientes diversos de ensino e aprendizagem, desde a escola de Educação Básica ao Ensino Superior, explicitando suas trajetórias, processos formativos, rotinas pedagógicas, vivências docentes e suas contribuições para uma educação inclusiva de fato e que acolha todas as pessoas. Oportunizando por meio dessa análise, a visualização de como essas profissionais modificam os ambientes por onde passam com as suas presenças, rompendo paradigmas enraizados e as reflexões que podem ser feitas a partir disso.