Este artigo objetiva entender em que condições históricas emerge a certificação por terminalidade específica (CTE), na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT). Trata-se de uma pesquisa assentada nos Estudos Culturais em Educação, que utiliza como lente analítica a noção de representação cultural, de Stuart Hall. O corpus empírico foi constituído de documentos oficiais sobre CTE. A análise mostrou que a CTE, instrumento até então permitido apenas para o ensino fundamental no Brasil, emergiu historicamente na RFEPCT, no final da primeira década do século XXI. Isso se produziu a partir do elo entre educação especial e educação profissional e tecnológica, que compartilham representações sobre a profissionalização e o autoempreendedorismo como caminhos para a garantia da inclusão dos sujeitos com deficiência mental grave e múltipla no mundo do trabalho.