O presente trabalho consiste em relatar as experiências e os resultados observados em aulas de alfabetização de estudantes da rede pública, seguindo um modelo de reforço pós-escola (afterschooling) no âmbito do projeto Reforço Solidário UFPE. Nesse projeto, discentes de diferentes licenciaturas da UFPE atuaram como tutores das aulas que ocorreram em duas escolas municipais parceiras. As gestoras escolares selecionaram as crianças não alfabetizadas do 3º, 4º e 5º ano do Ensino Fundamental para a formação de grupos a serem atendidos durante o reforço. Cada um deles teve quatro horas de atividades por semana durante seis meses. Em comum acordo com a gestão das escolas, optou-se por conciliar o método fônico com métodos globais de alfabetização, uma vez que a maioria das crianças atendidas não conseguiu avançar na leitura e na escrita apenas por meio de métodos analíticos. Introduziu-se o método fônico, dando ênfase na formação de sílabas, e, em paralelo, foram trabalhados gradualmente elementos dos métodos globais, como a identificação de palavras inteiras e o reconhecimento de padrões visuais comuns em textos, como título, parágrafo e autor. Sabe-se que a ação física de escrever pode fortalecer as conexões neurais relacionadas à memória e ao aprendizado. Desse modo, durante todos os encontros do reforço também foram realizadas atividades de caligrafia que se mostraram muito relevantes, uma vez que ajudaram no desenvolvimento da coordenação motora fina das crianças e na memorização das letras e dos sons. Foram realizados exercícios de avaliação, incluindo interpretação e ditado, com o objetivo de monitorar o progresso dos alunos e ajustar as estratégias de ensino conforme necessário fazendo com que os alunos progredissem de forma adequada em sua alfabetização.