O cotidiano das instituições de ensino superior públicas no Brasil, dentro do contexto de uma sociedade capitalista, permite observar e refletir sobre os dilemas e os conflitos dos/as acadêmicos/as em assegurar sua permanência nas universidades. Tal contexto, ao ser analisado na perspectiva da realidade de trabalhadores/as que também são estudantes nas universidades, evidencia algumas preocupações, entre elas, quanto às condições sob as quais estes/as exercem as atividades acadêmicas e o trabalho assalariado concomitantemente e se é possível conciliar tal relação de forma saudável, humanizada e autorrealizadora para o/a estudante-trabalhador/a, sem prejuízos aos seus objetivos educacionais. São situações que demandam análise a partir de uma lógica dialética de compreensão das categorias trabalho e educação, a fim de que possam ser apreendidas considerando a indissociabilidade da relação entre as duas e sua constituição na existência humana, composta por múltiplos e contraditórios elementos que resultam do ordenamento político, econômico, social e cultural do capitalismo. Sob tal perspectiva, este trabalho apresenta-se com o objetivo de dialogar sobre a correlação entre a realidade de trabalho dos/as estudantes universitários/as e suas condições (objetivas e subjetivas) para realização e conclusão do ensino superior. Tendo como base o conhecimento científico, o trabalho adota como método o materialismo histórico-dialético. De natureza qualitativa, utiliza-se de levantamento bibliográfico para coleta de dados e informações em livros e periódicos visando maior aprofundamento sobre o tema. Em suas considerações, elucida que, ao tratar sobre a realidade dos/as estudantes, identifica-se a existência de desafios inerentes à conjuntura da sociedade capitalista, desde as alterações nas formas de emprego e gestão da força de trabalho e dos processos produtivos, como as jornadas múltiplas que podem levar ao adoecimento e desgaste (físico e emocional) dos indivíduos, situação agudizada por relações de trabalho que degradam e desumanizam.