Há muito tempo, devido ao seu alto grau de abstração, os docentes enfrentam obstáculos para trabalhar o conteúdo de embriologia nas salas de aulas da Educação Básica, fazendo com que ele seja abordado sem contextualização, inibindo a sua importância social, e de forma inteiramente conteudista e limitada à etimologia da palavra, ou seja, “ao estudo dos embriões”; por consequência, isso faz com que os alunos percam o interesse no assunto, por não compreenderem a importância do que estão estudando. Assim, é necessário que novas metodologias e ferramentas didáticas sejam testadas, analisadas e divulgadas. Nessa perspectiva, o trabalho teve como objetivo analisar a possibilidade do uso do storytelling (contação de história) como estratégia didática para o ensino de embriologia. A metodologia em questão, foi centrada não somente na memorização de conceitos ou na pura descrição dos processos biológicos, mas também no desenvolvimento de um conjunto de habilidades, as quais, mediadas pelo pensamento crítico-reflexivo, possibilitam tomadas de decisões conscientes e que respeitem o outro e a diversidade em suas múltiplas esferas sociais. A pesquisa é de abordagem qualitativa, descritiva e interventiva. A coleta de dados foi realizada por meio de uma sequência didática, em um colégio periférico do interior da Bahia, com 15 alunos, de faixa etária entre 15 e 16 anos, devidamente matriculados na 1º série do Ensino Médio. Os resultados da pesquisa apontam que, apesar de algumas limitações, o storytelling se configura como uma excelente metodologia. Ele possibilitou a contextualização e dinamização do conteúdo, a participação ativa e a facilitação da aprendizagem. Assim, os alunos puderam enxergar a embriologia para além de um conteúdo específico, compreendendo-a como ciência importante para auxiliar na resolução de problemas atuais da sociedade, para a aquisição de conhecimentos a respeito do próprio corpo, da sua proteção e sua saúde sexual e reprodutiva.