O campo das políticas públicas na educação é heterogêneo e complexo, construído pelos mais variados procedimentos que englobam sua idealização, implementação e avaliação. Esta área é caracterizada por disputas tanto no âmbito acadêmico quanto profissional que refletem diferentes formas de avaliar, bem como distintas perspectivas de conceber o processo de formulação e implementação das políticas públicas pelo Estado, considerando posições e motivações políticas tanto do governo quanto dos avaliadores. O conceito de políticas públicas possui diferentes significados e valores, dependendo do viés ideológico e do posicionamento dos envolvidos. O foco do presente trabalho reside nos paradigmas avaliativos e suas configurações na área da educação. A avaliação em políticas públicas é um campo epistemológico e metodológico em construção e para compreendê-lo é necessário analisar os paradigmas avaliativos em constante processo de reconfiguração, ao longo do tempo. Esses paradigmas englobam o positivismo, a avaliação de impacto, a avaliação crítica-dialética, o construtivismo, o pós-construtivismo e a avaliação em profundidade. Esta produção, aqui apresentada, discute as perspectivas e os desafios dos paradigmas de avaliação das políticas públicas, com foco na área da educação. Utilizamos, como referencial teórico, autores-referência no campo de avaliação de políticas públicas, incluindo Faria (2005), Guba e Lincoln (2011), Gussi e Oliveira (2015), Januzzi (2018), Lejano (2012), Rodrigues (2008; 2011), dentre outros. Os percursos metodológicos da investigação incidem na pesquisa bibliográfica e documental. Os resultados indicam que, embora não exista uma abordagem única para avaliar políticas públicas na educação, a proposta da Avaliação em Profundidade destaca-se como a mais adequada, pois trabalha os contextos sociais, políticos, econômicos e culturais na construção dessas políticas.