Neste artigo foi traçado um perfil expressivo da teoria crítica da raça desde seus marcos fundadores, pautados na década de 1970, até a atualidade. Conceitos fulcrais tais como convergência de interesses, branquitude/branquidade e interseccionalidade são apresentados e discutidos almejando subsidiar uma pesquisa em ensino de Física voltada para análise de textos didáticos aprovados pelo último Plano Nacional do Livro Didático (PNLD 2018). Muito embora somente um único volume de uma única coleção tenha passado pelo crivo da análise categorial reivindicada neste trabalho de investigação, isto não implicou um estudo pouco significativo ou pouco relevante. De fato, este trabalho fez uma investigação da coleção Física de Bonjorno et al. (2016) e analisou, a luz da conceituação fundamentada na TCR, o volume 3 denominado Física: Eletromagnetismo e Física Moderna. A análise categorial foi pavimentada em três critérios, quais sejam: convergência de interesses, interseccionalidade e branquitude com seu binômio negro-branco. Os resultados encontrados foram insuficientes e apontam para uma total ausência de questões raciais positivas no livro didático de Física e, sendo assim, um grande ocultamento da TCR nas relações entre professores e estudantes de Física. Das três categorias de análise evocadas, em duas delas não foram encontradas indícios de sua presença em fragmentos ou passagens do texto analisado e em apenas uma foi parcialmente contemplada por apresentar ilustrações e fotografias de pessoas e cientistas brancos/as em uma clara perspectiva eurocentrada.