O educador não nasce feito ou pré-destinado, a profissão de educador não pode ser vista como um dom, um sacerdócio ou uma idealização, mas como um processo em processo. O processo de formação aglutina toda a vida – pessoal e escolar – de quem opta por esse caminho. Por isso, na formação docente todo dia é (e precisa ser) terça-feira, porque todo dia é dia de aprender algo sobre o ofício. Este artigo objetiva elencar as contribuições freireanas para a formação inicial docente, analisando a contemporaneidade de seus ensinamentos propositivos de uma educação libertadora por meio de práticas transformadoras, humanizadoras e conscientizadoras das mudanças nas relações entre os seres, e entre a educação e a sociedade. Para tanto, a partir da pesquisa bibliográfica de cunho qualitativa-interpretativista, serão estabelecidos diálogos com outros teóricos que discutem temas como: educação libertadora, linguagem, registro em sala, saber de experiência feito, sulear e reflexão sobre a prática. Ao discutir a contemporaneidade de Freire busca-se salientar a importância de uma formação docente crítico-transformadora. Supõe-se que a obra freiriana seja um caminho possível para a construção de uma identidade docente que considere a ontoepisteme do licenciando, indo além das políticas e práticas neoliberais propostas implicitamente por meio da BNC-Formação, trazendo paradigmas contra-hegemônicos já presentes na obra freireana.