O presente artigo visa interpretar, à luz do regime diurno da imagem proposto por Gilbert Durand, o episódio A capa vermelha, destinado ao conto Chapeuzinho Vermelho, do seriado americano Once upon a time (Era uma vez). Partindo das referências aos contos clássicos, pretendemos mostrar nesta adaptação cinematográfica como a personagem é recriada entre os dois mundos que compõem a série. Para isso, traçaremos a feminização da imagem do lobo, desde sua transformação na personagem (a chapeuzinho que se transforma no lobo mal) até sua nova releitura, partindo das mesmas características, mas agora reformulando-as em um corpo de mulher, que “devora” os homens pela sensualidade patente. Para tanto, utilizaremos a teoria do imaginário, em específico os símbolos correspondentes às faces do tempo, de Durand (1997), como forma de sublinhar a simbologia do lobo e sua semelhança à representação da mulher.