Este artigo constitui-se num ensaio onde serão apresentadas algumas reflexões sobre gênero e sexualidade a partir da produção cinematográfica O casamento de Muriel. Para tal, entende-se o cinema e o próprio filme como pedagogias culturais, na medida em que, através de suas linguagens e de suas tecnologias, colocam em ampla circulação referenciais identitários de classe, de etnia, de gênero e de sexualidade os quais podem ser questionados e contestados ou absorvidos de diversas maneiras. Destacam-se as representações de gênero e de sexualidade associadas ao casamento como um via para problematizar práticas sexistas e heteronormativas que perpassam vários espaços sociais.