No cenário contemporâneo da literatura norte-rio-grandense, Diva Cunha é representante da uma poesia moderna, livre de rótulos, que nasce das mais diversas fontes de influência ou inspiração. Dentre os lugares frequentemente visitados em sua poética estão o fazer poético, a cidade e a mulher tendo esse último, como traço marcante, a escrita do corpo, um falar como mulher que revela uma tendência de escrita feminina de autoconhecimento e autodescoberta. Essa escrita procura libertar a mulher da linguagem falocêntrica governada pelo patriarcalismo. É essa linguagem insubmissa à disciplina patriarcal que encontramos na poesia de Diva que, desde sua primeira publicação, tem nos presenteado com uma poesia feminina, na qual o corpo se manifesta em diferentes faces. Esse trabalho tem por objetivo analisar algumas representações do corpo feminino numa seleção de poemas de Diva Cunha com base na tipologia proposta por Elódia Xavier em Que corpo é esse: o corpo no imaginário feminino (2007) e nas proposições da crítica literária feminista.