Neste ano de 2015, a Lei 10.639/03 de 2003 completou doze anos de aprovação, apesar disso, a afirmação da identidade afrodescendente e a contemplação desta em atividades escolares, em particular naquilo que tange o conteúdo explícito desta lei, enfrentam entraves no fazer da educação escolar. As motivações que comungam para esta realidade são evidentes na escola brasileira a qual enfrenta muitos obstáculos que impedem um processo de ensino-aprendizagem mais eficaz. Durante a experiência da pesquisa desenvolvida no Mestrado em Educação, presenciamos situações que denunciavam práticas racistas, preconceituosas e discriminatórias entre as crianças. O objetivo deste artigo é discutir a vivência de uma menina vítima de preconceito racial na escola. Situação acentuada na sensação de negação que é marcada nas crianças afrodescendentes, pois, parte dos livros infantis com os quais os estudantes têm contato na escola, apresentam os afrodescendentes de forma caricata ou em situações de sofrimento, tornando-se uma barreira a ser vencida pela escola, pois essas crianças acabam desenvolvendo dificuldades em seu próprio processo de afirmação de identidade. Apresentamos a situação desta menina que se sentia muito incomodada com algumas coisas que aconteciam na escola, em relação a xingamentos, deboches, piadas referentes ao seu pertencimento racial, principalmente após uma história infantil que foi contada pela professora. Durante o processo da pesquisa, realizamos a observação participante das crianças e das professoras na escola. A partir destas discussões, concluímos que as problematizações referentes às relações raciais devem contemplar um debate permanente na escola, para que as crianças afrodescendentes sintam-se incluídas neste espaço.