A presente dissertação, intitulada Literatura cor-de-rosa: um estudo sobre a representação feminina e a educação para moças através dos romances sentimentais, tem como objetivo investigar a recepção dos romances sentimentais das coleções “Biblioteca das Moças”. Assim pensando, acreditamos que as obras escritas em determinada época trazem muito do pensamento, das conclusões e das ideologias que marcavam o homem daquela época. Se a sociedade limitava o espaço feminino, privilegiando a repressão feminina, é de se esperar que os livros, voltados para esse público viessem incrustados de ideias que ajudassem em uma formação que tentava enraizar fortemente um papel subalterno para a mulher, mesmo que nas entrelinhas dos romances de amor. Criticadas por serem narrativas descartáveis, a recepção dos romances sentimentais passou ao largo das pesquisas acadêmicas. Propomos nesse trabalho a observação se a produção dessas narrativas é ancorada no ponto de vista cultural e histórico da formação feminina, ou se procura manter o estereótipo de literatura “água com açúcar” como narrativa menor, subestimando os sujeitos femininos dos romances, buscando marcas que revelem o discurso moralizante e ideologia burguesa-patriarcal.