As diversas alocuções acerca da escola e seu papel no que diz respeito à sexualidade de seus alunos tem sido artefato de debate crescente nas últimas décadas, chamando-a para uma contribuição de maneira mais eficaz no enfrentamento do que impede ou dificulta a participação social e política e que, ao mesmo tempo, contribui para a reprodução de lógicas perversas de opressão e incremento das desigualdades. O ambiente normatizador das instituições escolares tem sido apontado por estudiosos do campo de estudos do gênero e sexualidade, tanto no Brasil como em outros países, onde tem sido ressaltada a produção de masculinidades e feminilidades não-transgressivas. O presente estudo visa discutir os referenciais teóricos predominantes nas pesquisas voltadas à homofobia e heterossexismo nas Escolas. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica. Conclui-se que, se por um lado este conceito contribui para a denúncia da violência contra crianças e jovens tidas como LGBTs nestas instituições de ensino, por outro lado é frequentemente entendido dentro de um modelo psicológico que negligencia o quanto comportamentos associados ao bullying estão intrinsecamente ligados a relações sociais de poder e controle. Neste sentido, considera-se aqui indispensável à politização do debate sobre o heterossexismo, o que implica na abordagem do fenômeno da homofobia a partir de uma perspectiva social crítica e interdisciplinar. Cada vez mais a homofobia é percebida como um grave problema social, e a escola é considerada um ambiente decisivo para contribuir na construção de uma consciência crítica e no desenvolvimento de práticas inclusivas pautadas pelo respeito à diversidade e aos direitos humanos.