Tomando como ponto de partida o fato da escola assumir papel de grande valia na formação do indivíduo, esse trabalho objetiva compreender os conhecimentos dos professores de educação básica sobre feminismo e machismo, assim como práticas educativas que desenvolvem em sala de aula para trabalhar questões de gênero. Considerando a desvalorização social do sexo feminino produto de caráter histórico, social e cultural que se efetiva de modo “naturalizado” em meio às relações citadinas, torna-se relevante problematizar e estimular discussões que visam à promoção de reflexões críticas rumo à estagnação de práticas discriminatórias no contexto da educação formal. Nesse sentido, julgou-se necessário desenvolver uma pesquisa qualitativa, por meio de um estudo de caso, em uma escola pública municipal da cidade de Fortaleza-CE, com professores da Educação Básica. Os dados foram coletados por intermédio de entrevista semiestruturada, gravada, transcrita, textualizada e validada. O que se percebe é a prevalência de uma cultura de educação escolar que enseja ênfase ao aprendizado de conteúdos previamente elaborados e reprodução de valores estabelecidos socialmente sem a devida criticidade e problematização desses. Evidenciam-se posicionamentos cotidianos do educador, frente a situações de conflito e discriminação, que contribuem para a disseminação de atitudes machistas e preconceituosas em relação às sexualidades. Constatamos o parco conhecimento dos professores acerca dos construtos machismo e feminismo, bem como a falta de preparo e formação continuada dos professores no que concerne ao debate de feminismo e machismo. Tais aspectos repercutem na prática docente, que se mostra incapaz de mediar o desenvolvimento da práxis pedagógica que abordem a temática.