O objetivo deste artigo é analisar a articulação entre o debate de gênero e raça e as ações desenvolvidas pela Política de Educação Integral, através dos Programas Mais Educação e Escola Aberta nas instituições educacionais, municipais e estaduais, do Bairro de Cajazeiras, em Salvador-Bahia. O estudo busca identificar as estratégias pedagógicas dos programas de educação integral para combater as desigualdades de gênero e raça. A metodologia utilizada foi a aplicação de 41 questionários a monitores dos programas de educação integral, onde foi possível construir um perfil destes profissionais e analisar sua influência na formação dos estudantes. As categoriais teóricas utilizadas neste trabalho são gênero, raça e educação, pois possibilitam identificar os processos opressivos vivenciados na realidade do bairro de Cajazeiras em Salvador e analisar tais reflexos na operacionalização desta política pública. No trabalho são analisadas as possibilidades da Educação Integral, enquanto tempo e espaço escolar ampliado, para tratar temas silenciados socialmente, como é o caso das desigualdades de gênero e raça, que muitas vezes não são percebidas como temáticas a serem abordadas nos espaços escolares. Portanto propõe-se aqui pensar as atividades dos programas como espaços que precisam ser utilizados para desvendar os processos de exploração e dominação, eliminando e combatendo todas as formas de opressão social.