Este trabalho comunica o projeto de pesquisa, cujo objetivo é comparar e analisar brincadeiras infantis vivenciadas por crianças nas comunidades quilombolas associadas à Comissão das Comunidades Quilombolas do Medio Jequitinhonha - Coquivale com brincadeiras comuns nas escolas infantis, enfatizando sobretudo, a problemática que ocorre em torno da diferença entre as brincadeiras quilombolas, as quais permitem a expressão livre, a exploração dos movimentos perpassando o caráter colaborativo em contrapartida com as brincadeiras observadas nas escolas de Educação Infantil, uma vez que na experiência examinada, possuem comandos restritivos do corpo encorajando excessivamente a competitividade. Além de corroborar com as aprendizagens das crianças por meio do brincar, as brincadeiras quilombolas são uma forma de reconhecer e valorizar o legado histórico e cultural dos povos africanos e seus descendentes no Brasil, que foram vítimas de séculos de escravidão, opressão e discriminação. Tais brincadeiras apresentam expressões lúdicas envolvendo cantos, danças, jogos e histórias que foram transmitidas oralmente por gerações nas comunidades remanescentes de quilombos, contribuindo com o desenvolvimento integral das crianças, estimulando a criatividade, identidade cultural, a socialização, respeito ao outro, cooperação, coletivismo, coordenação motora, linguagem oral através da contação de história e rodas de conversas. Portanto, uma das pesquisadoras, pertencente ao quilombo de Cuba localizado no município de Chapada do Norte - MG, utilizará como método a autoetnografia segundo perspectiva de Silvio Matheus Santos, Suzana Maia e Jeferson Batista, que consiste na análise cultural elaborada por meio da narrativa pessoal, buscando desenvolver um olhar crítico perante as brincadeiras infantis realizadas no cotidiano escolar, bem como os seus impactos. O projeto é co-orientado pela Me. Adriana Moreira Alves.O trabalho tem como resultado parcial a coleta dos dados e o passo seguinte será análise dos dados.