SOUZA, Maria Vitória Nunes et al.. . Anais IX CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2023. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/99744>. Acesso em: 23/12/2024 00:48
Ser um sujeito de traço-cor negra, no Brasil, perpassa características diferentes de outros territórios. De fato, essa construção é singular, mesmo com pontos em comum entre a população. Entretanto, o racismo a brasileira adquire particularidades como a denegação de sua existência. O mito da democracia racial, desde o período pós-colonial, fomenta violências veladas, sutis, mas geradoras de impactos subjetivos danosos: adoecimentos psíquicos, sociais, econômicos, aniquilação da vida de pessoas negras. Por isso, o ser negro no Brasil não está posto – é um torna-se, em consequência da tentativa de branqueamento, da falta de condições estruturais para o acesso da população escravizada a direitos mínimos, das figuras (criminosos, mulatas, por exemplo) historicamente associadas e “validadas cientificamente”, inclusive. Direitos, hoje, foram conquistados, como a educação e as ações afirmativas. Todavia, a problemática do racismo é presente. Dados revelam a maioria da população em extrema pobreza no país: mulheres negras e mães solo. Objetiva-se, portanto, detalhar como a escola libertadora e antirracista é agente ativo para o desmantelamento do racismo. O caminho teórico da presente pesquisa tece como o racismo ocorre de maneiras simbólicas e estruturais. Em seguida, apresenta-se uma entrevista realizada com uma estudante de Instituto Federal que conta sua trajetória e (des)construção do ser negra. Foi percebido que o encontro dela com literaturas antirracistas, professores negros, grupos de acolhimento e debate sobre racismo dentro da escola, fez com que pudesse transformar sua subjetividade e criar um novo modo de viver, fazendo com que ela conquistasse seu diploma. Assim, apostamos em práticas para além do dia da consciência negra, que sejam entre todos os que compõem o local. A educação é fundamental na luta antirracista, e contribui veemente com formação de um ser negro no Brasil para além da dor.