A contação de histórias assim como os recontos são práticas que permitem olhares diversos sobre os acontecimentos sociais. As práticas de escrita em recontos consideram mudanças e permanências cujo “gênero” enquadra os enunciados em categorias de textos que não pertencem a um só gênero uma vez que os gêneros estão sempre em relação com outros seja pela produção, ou ainda, pela recepção-interpretação. Assim, o reconto permite tanto a memória do gênero como a atualização do discurso. Segundo Adaim e Heidmann (2004), a genericidade textual é a ligação do texto com categorias genéricas abertas. Para os autores, as práticas discursivas realizadas pelos gêneros permitem observação de aspectos da constituição desses gêneros que vão considerar a autoria, editoração e leitura e recepção dos textos. Nessa direção, este trabalho apresenta o relato de oficina realizada com estudantes do 9°ano do ensino fundamental, entre 13 e 15 anos, da Escola Estadual São José no município de Carpina-PE. A proposta contemplou a realização de uma oficina que se intitulou Recontando a História de Chapeuzinho Vermelho. A oficina aconteceu em dois momentos, contemplando aula expositiva que tratou da linguagem do conto, agregando a prática do gênero dramático que relembrou a história de Chapeuzinho Vermelho. O reconto se intitulou "Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau Vegano" e, a partir de novo contexto, os estudantes recriaram a história e dramatizaram o texto. Em grupos, confeccionaram máscaras para os personagens para a apresentação artística. A reflexão do novo contexto dos personagens permitiu reconstruir a memória do gênero conto, ampliando o conhecimento e a sensibilidade tanto da obra quanto dos movimentos sociais atuais. Possibilitou, além do fazer, a construção do saber, estimulando a percepção dos movimentos do texto para adaptação ao gênero dramático.