A sexualidade e a heteronormatividade pré-estabelecida pelo construto social ditam comportamentos e culturas de exposição - nem sempre consentidas - para aqueles que não se encaixam no padrão (FOUCAULT,1988). O armário, como um objeto simbolizado diretamente ligado à construção da sexualidade, trabalha como um dispositivo que opera no silenciamento e marginalização das sexualidades desviantes do padrão. Diante dessa construção de uma imagem representativa, o presente artigo tem como objetivo analisar de forma comparativa a construção, convencionalmente nomeada, como saída do armário do adolescente gay nas Histórias em Quadrinhos Arlindo (2022), de Luiza de Souza e Heartstopper (2021), de Alice Oseman. O aporte teórico sobre HQ será baseado em Ramos (2009) e Postema (2018), já sobre o reforço do discurso opressor e apelativo da necessidade da saída do privado para o público em Sedgwick (1990). Espera-se com essa análise evidenciar a importância da desconstrução de discursos que reforçam a validação da sexualidade a partir da saída do armário - evento que ocorre diversas vezes, reforçando o status-quo de anormalidade e despadronização do homossexual- dentro da literatura juvenil.