A Educação do Campo surgiu com o pressuposto de ser uma modalidade de educação voltada ao campo, sendo construída e destinada a agricultores, ribeirinhos, quilombolas, pescadores, lavradores e outros grupos sociais. Por meio de políticas públicas, instituíram-se decretos e leis que dão norte e regem essa educação, ampliando a sua qualificação e oferta desde a Educação Básica ao Ensino Superior. Assim, este trabalho tece uma discussão, de natureza teórica, sobre a Educação do Campo enquanto modalidade educativa. Pontuamos que esta produção é um recorte de uma pesquisa maior já finalizada pelos autores, a qual foi desenvolvida na Licenciatura Interdisciplinar em Educação do Campo da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (LEDOC/UFERSA). No que condiz à dimensão teórica, nos fundamentamos nas ideais de autores da área educacional, especialmente os de base crítica, a saber: Caldart (2000), Arroyo (2011), Sá e Molina (2012), Silva (2016), Hage (2019), Medeiros, Dias e Olinda (2020), entre outros, bem como de documentos legais que normatizam o campo educacional. Concluímos que a Educação do Campo sempre teve seu lugar contestado no âmbito social e educativo no país. Embora na teoria vejamos algumas conquistas, na prática, em se tratando do ensino básico, ainda vemos a presença de um ensino urbanizado conduzido aos espaços rurais. Já no âmbito da Educação Superior, constatamos que há falta de reconhecimento social das Licenciaturas em Educação do Campo, e que as últimas resoluções, a exemplo da Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019, repercutem negativamente a quem busca a formação inicial docente.