O objetivo deste artigo é elucidar o contexto causal da evasão escolar de mulheres negras no Brasil enquanto fenômeno interseccional. A metodologia da pesquisa é de abordagem quantitativa, feita a partir das estatísticas sobre evasão escolar e qualitativa, feita a partir da análise bibliográfica, utilizadas para responder às questões e objetivos propostos. Como referencial teórico, utilizamos autoras como: Bilge (2009), Hooks (2013), e Hirata (2014) e dados do site oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A partir da articulação entre o fenômeno da evasão e os parâmetros discursivos da interseccionalidade, conclui-se que a evasão impacta especificamente a realidade das mulheres negras, haja vista que os marcadores de discriminação socio-raciais aglutinam-se e se intensificam mais na medida em que os estigmas se concetram na classe, na cor e no gênero. A isto, uma decomposição sumária da vida e formação educativa de bell hooks, em sua intersecção com a epistemologia vívida de Paulo Freire, dão-nos um amparo à reflexão sobre a conjuntura sócio-histórica de subjacência do feminismo negro, e as conformações da luta pela elevação do seu protagonismo nos cenários de êxito escolar, como via direta para a decolonização de uma herança imperialista regada por marginalizações, violências e silenciamentos.