A pandemia da Covid-19 reforçou o que muitos autores da Educação em Ciências têm denunciado: os modelos vigentes de educação bancária não são suficientes para a formação integral, crítica e contemporânea, como conjectura da escola. Tal instituição precisa tomar seu lugar de protagonismo na formação intelectual e social dos sujeitos e, promover a autonomia, em currículos (re)adequados e (re)alinhados com os seus territórios, sem perder a perspectiva global. Assim, este ensaio buscou construir incursões reflexivas sobre os conhecimentos atitudinais nos processos de ensino e aprendizagem em vista da emergência de uma formação educacional atenta às novas demandas do século XXI. Partiu-se do pressuposto: a educação centrada na transferência (quantitativa e qualitativa) de conteúdos conceituais não dá conta de preparar os sujeitos para os desafios inerentes à vida social e o seu desenvolvimento integral. O objetivo principal consistiu em reunir discussões teóricas e metodológicas sobre os tipos de conhecimentos necessários e indissociáveis dos processos de ensino e aprendizagem em Ciências e Biologia. Tomou-se como referencial as obras dos autores Juan Ignacio Pozo, Miguel Angel Gómez Crespo, Antoni Zabala e Lev Vigotsky. Em adição foram consultados os documentos que norteiam os currículos da educação básica: Diretrizes Curriculares da Educação Básica (DCNs) e Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para verificar as convergências entre habilidades, competências e atitudes. Dentre os pontos emergentes, destaca-se a defesa persistente de uma educação voltada para o desenvolvimento de atitudes e valores condizentes com vida social coletiva, para o bem-estar, para a sustentabilidade e para a tomada consciente de decisões. As reflexões aqui levantadas não pretendem dar conta da complexidade de interações epistemológicas, mas provocar um debate necessário nos espaços de ensino e aprendizagem, incluindo os professores da educação básica e demais atores sociais da formação formal e não-formal.