Este trabalho tem como objetivo analisar como o fenômeno chamado rotacismo, no tratamento de dois fonemas que se diferenciam, em perspectiva da fonética articulatória, sendo respectivamente, um vibrante e outro lateral (R e L), ainda implica grandes questionamentos e dúvidas, em relação ao ensino de variação fonético-fonológica, nas aulas de língua Portuguesa. A partir de intervenções didático-pedagógicas, com base no trabalho, em turmas de ensino médio, a partir da leitura de ''A língua de Eulália'', de Marcos Bagno (2006), refletimos, em interação/aula, sobre os exemplos de palavras que tem as silabas R e L trocadas: frauta/flauta, frecha/flecha, ingres/inglês, pubrica/publica etc. e nos questionamos em que contexto esse fenômeno de variação se faz mais evidente. Para além da obra citada, nos baseamos nas contribuições de Bagno (2001; 2003), Preti (2004), Labov (2008); Leite e Callou (2010), Cardoso (2010), Costa (2011), Mollica e Braga (2012), Barbosa (2016), Barbosa e Silva (2021; 2022). Nestes termos, pudemos concluir que de acordo com o que é defendido por Bortoni-Ricardo (2004), na formação do português brasileiro, os “contínuos” de urbanização, oralidade- letramento e monitoração estilística contribuem para compreensão do status variacional do nosso sistema linguístico e os principais locus contextuais onde se verificam o fenômeno em tela.