A disseminação da pandemia da Coronavirus Disease 2019 (Covid-19) no ano de 2020 impactou instituições no mundo todo, forçando-as a reconfigurarem suas atividades em razão da determinação de distanciamento social para evitar a disseminação do vírus. Na seara educacional, para dar continuidade às atividades educativas, escolas e universidades brasileiras tiveram que alterar seu formato de ensino e migrar do modelo presencial para o Ensino Remoto Emergencial (ERE). Nesse cenário, o artigo pretende discutir os resultados parciais de uma pesquisa de doutorado em andamento que aborda as práticas de ensino e aprendizagem com o uso das Tecnologias Digitais durante o ERE na perspectiva dos professores das escolas públicas de ensino médio do RN. A pesquisa, de natureza descritiva, fundamenta-se na abordagem multimétodo e no design sequencial explanatório. A recolha de dados, realizada em duas fases, quantitativa e qualitativa, fez uso de questionários online e entrevistas individuais e em grupos focais. Para analisar os dados, utilizou-se a análise estatística descritiva e inferencial, com o apoio do software SPSS, e a análise de conteúdo, com o apoio do software NVivo. Como resultados, o estudo evidenciou a falta de preparo dos professores para atuar no formato remoto, o que fez aumentar a busca por formação para o uso de recursos digitais durante o período pandêmico. Com relação às tecnologias mais utilizadas nas aulas remotas, o WhatsApp, o celular e o notebook destacaram-se. A colaboração entre os professores constituiu um benefício do ERE, enquanto a falta de recursos digitais foi o maior desafio por eles enfrentado, evidenciando a exclusão digital desses profissionais. Apesar disso, para os professores, o ERE ampliou suas habilidades e a dos estudantes no uso das tecnologias digitais e, talvez, por isso, pretendam continuar a utilizar os recursos digitais incorporados durante a pandemia.