Este trabalho se trata de uma etapa do desenvolvimento da pesquisa sobre o patrimônio histórico educativo edificado do Colégio Marista São José localizado no bairro da Tijuca no Rio de Janeiro. A partir de entrevistas realizadas com antigos alunos buscamos por meio de suas memórias construir uma narrativa de como eles entendiam o colégio em que estudaram como patrimônio. Seguindo os rastros deixados em suas falas, como nos ensina Carlo Ginzburg, e a partir da metodologia da História Oral chegamos a uma compreensão dos antigos alunos do colégio como um espaço mágico, um local de recordação. Contamos com Pierre Nora e Aleida Assmann na compreensão das noções de lugar de memória e local de recordação, a fim de compreender a definição dada ao colégio pelos antigos alunos em suas entrevistas. José Reginaldo Gonçalves e Alfred Gell também colaboram neste trabalho na interpretação dos poderes de agência atribuídos ao colégio pelos antigos alunos ao falar da magia que ali habitava. A compreensão de que o colégio possui uma “alma” e constitui um “corpo” dotado de um “coração” acena para uma humanização do colégio com base nas experiências sensíveis vividas nele, além de apontar para certa determinação biológica da diferença e da hierarquia em nossa sociedade como afirma Oyèrónké Oyewùmí. Os resultados encontrados nesta etapa da pesquisa contribuíram significativamente para o seu avanço, já que os alunos atribuíam a noção de patrimônio ao Colégio Marista São José da Tijuca/RJ, que, portanto deveria ser preservado por se tratar de um espaço mágico, um local de recordação. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.