A escola é orientada a ensinar a língua usada pela cultura dominante com certo prestígio social, deixando de considerar as diferenças sociolinguísticas que alunos apresentam, o que pode causar neles um sentimento de insegurança para usar a língua nas diversas situações de uso comunicativo. Por essa direção, o presente artigo tem como temática a variação linguística no ensino de língua materna, cujo objetivo é analisar como ocorre a variação linguística a partir do estudo com os poemas: Vencedor, de Augusto dos Anjos, e O poeta da roça, de Patativa do Assaré, a fim de contribuir com o ensino de língua materna voltado ao uso e reflexão. Nesse contexto, serão considerados os fatores internos e externos que contribuem para a ocorrência de variação da língua, apresentando ainda o estilo de cada autor. Para tanto, tomamos por base a pesquisa bibliográfica e explicativa por meio de revisão da literatura a partir dos aportes teóricos de Bortoni-Ricardo (2005), Bortoni-Ricardo (2014), Mollica (2010), Fiorin (2010), Marcuschi (2008), entre outros. Verifica-se, entre os resultados, que a língua, usada nas diversas situações de comunicação, apresenta variantes linguísticas que devem ser compreendidas de forma contextualizada, observando fatores históricos, sociais e regionais. No contexto de sala de aula, compreender tais fatores é importante porque provoca no aluno, o entendimento sobre o modo de falar de cada falante, bem como colabora para desenvolver o sentimento de segurança quanto ao uso língua. Além do mais, apresentamos uma proposta didático-pedagógica, com a finalidade de contribuir com o fazer pedagógico de professores de Língua Portuguesa, destinada ao 9º Ano do Ensino Fundamental, mas que pode ser adaptada também às séries do Ensino Médio.