O artigo tem como objetivo apresentar e a analisar a oficina de comunicação popular “Ocupar e Redigir”, realizada pelo Setor de Comunicação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, em São Paulo, (MTST-SP) - objeto de estudo de uma pesquisa em andamento. Tendo por base práticas e reflexões vivenciadas, no processo educomunicativo das oficinas, e seus impactos e resultados para os militantes da comunicação, nas ocupações da capital paulistana e pautando-se por bases freireanas, entende-se que a comunicação popular e comunitária expressa uma diversidade de práticas que possibilitam a ampliação da ideia sujeito/militante como autor e ator de sua história social, o que ultrapassa a ideia de um mero repetidor de informações. Ao se contrapor à mídia hegemônica e conservadora e aos seus respectivos padrões estruturais, a oficina busca potencializar a perspectiva da comunicação do MTST como fonte de consciência política de seus militantes e da população sem teto. Obras de Paulo Freire (1977; 1982; 2001), Ademar Bogo (2011), Cicília Peruzzo (2004), Moacir Gadotti (2003), Venício Lima (2011) e Vito Giannotti (2014) compõem a fundamentação teórica da pesquisa e norteiam o acompanhamento e a observação da realização da oficina. O processo educomunicativo demonstrou possuir um aspecto de memória e identidade, no sentido de relembrar e reconfigurar as experiências vivenciadas do sujeito/militante e, também, se manifestou numa escrita emancipatória e libertadora, inseridas na construção coletiva e política para informar e debater, dentro e fora do movimento social, as lutas e reinvindicações da classe trabalhadora que constroem o MTST e suas redes de divulgação.