Quando se fala de mulher há uma lógica da natureza empreendida em sua história. A ela está associada a ideia de primeira gestora dos recursos naturais e, consequentemente, há toda uma mística de multiplicadora de práticas conservacionistas. Há uma agenda administrada pela separação de funções para homens e mulheres em espaços públicos e privados respectivamente. A lógica do desenvolvimento capitalista, com sua máxima para o lucro, está intimamente ligada ao homem. Por sua vez, às mulheres se quer colocar um recorte natural para o cuidado, sendo esse expresso como não trabalho e, muitas vezes, não remunerado. Nessa dinâmica da divisão sexual do trabalho, as mulheres estão em desvantagem, pois as relações de cuidado demandam muito tempo e, por conseguinte, as excluem da participação nos espaços em que leis e políticas são definidas, conforme destacado por Biroli (2018). Esta reflexão é parte das análises que emergiram do projeto de pesquisa DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, MEIO AMBIENTE, GÊNERO E TRABALHO aprovado pelo Edital nº 02/2022/PRPGI de 09 de março de 2022. Este artigo utilizou a revisão bibliográfica como método. Segundo Lakatos e Marconi (1992), trata-se do primeiro passo para a realização de uma investigação científica, pois permite um levantamento e seleção de materiais publicados sobre o tema. Além disso, o referido método é primordial para a fundamentação teórica do objeto investigado. Por sua vez, a análise foi empreendida a partir de uma reflexão sobre a intersecção entre as categorias de gênero, trabalho, capitalismo e desenvolvimento sustentável à luz de autores como Bourdieu (2012), Biroli (2018), Mead (2000), entre outros.