Este trabalho consiste em compartilhar práticas pedagógicas na formação de jovens monitores de uma Organização da Social Civil do Rio de Janeiro. Grupo este composto por jovens de 14 a 18 anos, moradores do complexo de favelas do Caju, participante dos programas de Educação integral denominados Dois Toques e Jogo aberto da Fundação Gol de Letra. O principal objetivo é investir no potencial dos participantes como multiplicadores de atitudes e conhecimentos positivos em suas comunidades. Trata-se da aplicação do conceito de pedagogia radical, conceito trazido por Bell Hooks (2013) a partir de um diálogo com a Pedagogia como prática de liberdade de Paulo Freire (1967) que tem como base a pedagogia crítica e feminista. Uma estratégia paralela à oferta de práticas educacionais às crianças e adolescentes. Os jovens recebem formação e atuam junto aos educadores durante as aulas, sempre sob supervisão. Eles passam por uma seleção, recebem capacitação e contam com uma bolsa-auxílio durante todo o processo. Prevemos a continuidade do estudo formal – pois é fundamental estar na escola, uma vez que os projetos da Fundação Gol de Letra não substituem a educação escolar e não concorrem com a mesma. Os monitores tornam-se mais que multiplicadores de conhecimentos e atitudes: funcionam como uma referência positiva para crianças, adolescentes e para outros jovens. A pesquisa qualitativa realizada buscou evidenciar as percepções de jovens que passaram pela formação de jovens nos anos de 2019 a 2022 através da coleta de depoimentos sobre como foi a participação no projeto e o impacto as formações pedagógicas geraram na vida desse jovem e da sua família e como este aplica em seu meio o que foi compartilhado nos encontros formativos.