Nanã, Iemanjá, Oxum, Oiá, Ewá e Obá são na cultura iorubá orixás femininas relacionadas às águas. Na atividade proposta às turmas de nono ano, utilizaremos as narrativas míticas das yabás para fundamentar a necessidade de resgatar valores ancestrais relacionados ao cuidado com a natureza. Partiremos de uma análise histórica das consequências das Revoluções Industriais e questões das Ciências da Natureza e Química, com objetivo de destacar, nas narrativas, valores que possibilitem os discentes a repensarem o trato com nossas águas. Esperamos reforçar a hipótese de que uma pedagogia decolonial corrobora para uma educação comprometida com a sustentabilidade. A Revolução Industrial e demais avanços que a seguiram trouxeram para a humanidade diversas possibilidades, mas, se os benefícios são inúmeros, os prejuízos ambientais são incontáveis. Logo, devemos levar os alunos a se perguntarem: onde as indústrias têm despejado seus resíduos? E onde temos descartado nosso lixo? Lembremo-nos que o projeto de colonialidade negou sistematicamente o saber, a cultura e a religiosidade do povo africano, enfatizando uma ideia de progresso a qualquer custo. Portanto, trazemos, a partir da atividade, uma escrita acerca dos conceitos de colonialidade por Aníbal Quijano e decolonialidade segundo Catherine Walsh. Buscamos aprofundar o diálogo entre componentes curriculares e as possibilidades de uso da mitologia iorubá em sala, visando a interdisciplinaridade, segundo Ivani Fazenda . As narrativas serão retiradas de obra de Reginaldo Prandi, e contemplaremos nestas o que Azoilda Trindade apresentou como valores civilizatórios afro-brasileiros, proporcionando assim, reflexões acerca das potencialidades de uma educação que verse sobre o cuidado ancestral com a natureza.