Este trabalho consiste em uma pesquisa qualitativa que tem como objetivo apresentar os resultados das oficinas de jogos e esportes democráticos realizadas em uma escola pública vocacionada ao esporte do município do Rio de Janeiro/RJ a partir da percepção de alunas e alunos da turma participante através da metodologia de pesquisa-ação, buscando refletir sobre as práticas de esportes competitivos como possíveis reprodutores de desigualdades e apontando para estratégias de ressignificação dos esportes como potenciais espaços democráticos e equitativos. O esporte na escola é objeto de discussão comum em pesquisas relacionadas à Educação Física, principalmente por ser um conteúdo bastante difundido nas aulas. Também não deixa de ser polêmico no que tange às questões relacionadas ao excesso de competitividade ou, até mesmo, a exclusão de alguns grupos de alunos. O modelo de escolas vocacionadas ao esporte amplia significativamente a prática de atividade física no currículo, deixando os corpos em evidência e caracterizando-se como um campo fértil para a problematização dos estereótipos e os padrões vigentes. O estudo aponta para a importância de desenvolver o conteúdo esporte na escola valorizando as diferenças e considerando os aspectos de equidade, igualdade e coeducação. Os depoimentos evidenciam a necessidade de práticas plurais na escola diante de um cenário ainda restrito e excludentes para quem não está no padrão de performance esperado e em um contexto social patriarcal que colabora para a diferenciação de oportunidade e protagonismo entre os gêneros.