A avaliação da aprendizagem é uma prática que busca conhecer como o aluno constrói o conhecimento. Ela consiste em uma investigação sobre as aprendizagens dos alunos e permite ao professor acessar informações sobre o processo de ensino e aprendizagem (LUCKESI, 2018). Ao articular a avaliação da aprendizagem com a prática argumentativa, o professor pode mobilizar ações discursivas que geram um discurso argumentativo e conhecer sobre a construção do conhecimento do aluno (DE CHIARO; LEITÃO, 2005). Além disso, ele pode desenvolver diversas habilidades como a criticidade, reflexão, deliberação diante de situações e a própria argumentação. Uma dessas atividades que mobiliza o discurso argumentativo é o júri simulado, que pode se mostrar um instrumento em potencial para a avaliação da aprendizagem por possibilitar a emergência de ações discursivas que podem ser utilizadas pelo professor para conhecer a aprendizagem dos alunos (ANASTASIOU; ALVES, 2004). Este trabalho surge para compreender como as ações discursivas emergentes do júri simulado podem ser utilizadas pelo professor para a avaliação da aprendizagem. Assim, esta pesquisa se classifica como qualitativa e exploratória (GIL, 2008), e tem como participantes a professora e os alunos da turma de química orgânica do curso de química do campus agreste da UFPE. A pesquisa foi desenvolvida em dois momentos, o primeiro, uma entrevista com a professora para conhecer a elaboração do júri simulado, e o segundo, a vivência do júri simulado para observar quais ações discursivas emergiam do discurso argumentativo e eram passíveis de serem utilizadas como instrumento avaliativo. Para a análise de dados foi utilizada a teoria da análise do discurso argumentativo proposta por Leitão (2011). Durante o desenrolar do discurso argumentativo surgiram poucas ações discursivas epistêmicas. Evidenciando a necessidade dos alunos de construírem melhor os seus argumentos e da professora realizar escolhas que mobilizem a construção de argumentos embasados no conhecimento químico.