Em meio a necessidade de uma transição energética e da mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, a energia elétrica obtida a partir da cinética do vento torna-se uma alternativa interessante. Ao mesmo tempo, a demanda por soluções para a crise de sobreacumulação impõe a criação de novos mercados e incorporação de territórios à lógica do modo de produção capitalista. É neste sentido que a expansão de projetos de energia eólica tem ocorrido no Brasil. Embora o objeto de apropriação para a geração de energia elétrica seja o vento, a terra também é condição fundamental. Para a transformar o vento em energia são necessários aerogeradores materializados no território. Desta forma, a apropriação do vento necessariamente se traduz na apropriação de terras. O objetivo deste trabalho é discutir acerca das formas nas quais ocorre a desterritorialização de sujeitos em decorrência da territorialização de empresas de projetos eólicos no Nordeste brasileiro. Através de metodologias qualitativas e quantitativas, espera-se evidenciar que a perda do território ocorre nas diferentes etapas de implantação dos projetos eólicos: pré-instalação, instalação e operação. A desterritorialização tem como consequências as alterações nas territorialidades, bem como o cercamento de áreas.